Conteúdo | VOLTA REDONDA

HISTÓRIA

 

Até meados do século XVIII, a região era habitada pelos índios puris-coroados. A partir de então, começaram a chegar os seus primeiros ocupantes não índios, procedentes de "Nossa Senhora da Conceição do Campo Alegre da Paraíba Nova" (a atual cidade de Resende), à procura de ouro e pedras preciosas[6].

Em 1765José Alberto Monteiro obteve, do vice-rei Antônio Álvares da Cunhaconde da Cunha, uma sesmaria à margem do Rio Paraíba do Sul, onde, hoje, se encontra a maior parte do território do município, sendo considerado o primeiro "homem branco" a habitar suas terras. A partir de então, algumas povoações cresceram próximas às grandes fazendas de café que se formaram no século XIX, durante o ciclo do café.

Em 3 de outubro de 1832, foi criado o município de Barra Mansa. Parte considerável de Volta Redonda pertencia às suas terras. Por volta de 1860, foi criado o primeiro núcleo urbano, chamado "Arraial de Santo Antônio da Volta Redonda", no atual bairro histórico de Niterói. Em 1864, foi construída uma ponte de madeira sobre o Rio Paraíba do Sul, o que permitiu o escoamento da produção cafeeira das fazendas da margem direita do rio através do porto, que se localizava na margem esquerda. O porto permitia o comércio fluvial até a cidade de Barra do Piraí[6].

As primeiras aspirações de autonomia do lugarejo surgem em 1874, quando os moradores pleitearam a elevação do povoado à categoria de freguesia, sendo que, em 1926, Volta Redonda conseguiu o seu estabelecimento definitivo como oitavo distrito de Barra Mansa. As fazendas de café da região foram sendo gradualmente substituídas por fazendas de gado leiteiro quando do declínio da produção cafeeira após a abolição da escravatura, em 1888[6].

 

Cerimônia de instalação do Município de Volta Redonda, 1955. Arquivo Nacional.

Dessa época até a chegada da Companhia Siderúrgica Nacional, o então distrito denominado Santo Antônio de Volta Redonda (o oitavo do Município de Barra Mansa) cresceu lentamente, com o aparecimento de pequenas indústrias e cooperativas e pouco desenvolvimento estrutural e social.

Então, por volta de 1941, quando a usina começou a ser construída, Volta Redonda ganhou um desenvolvimento incomum, com a chegada de milhares de pessoas em busca de trabalho no "Eldorado" brasileiro. Em 1946, a Companhia Siderúrgica Nacional entrou em operação e a população de Volta Redonda continuou crescendo vertiginosamente com o surgimento de edificações por todos os lados.

Em 17 de julho de 1954, a "Cidade do Aço" se emancipou de Barra Mansa.

No entorno da siderúrgica, foi-se erguendo (na margem direita do Rio Paraíba) a vila operária, chamada então de "Cidade Nova", que só passaria à administração municipal em 1968 e que possuía melhor infraestrutura urbana e de serviços públicos que o restante do município, também chamado de "Cidade Velha" ou "Cidade Livre". Até essa data, a prefeitura da cidade somente administrava a área correspondente à margem esquerda e alguns poucos bairros situados na margem direita, que ainda careciam de vários serviços básicos.

Em 1973, a cidade foi declarada pelo governo federal "área de segurança nacional", situação que perdurou até 1985 e que impossibilitou a população de eleger o prefeito do município, sendo este indicado pelo presidente da República. Na década de 1980, várias greves na Companhia Siderúrgica Nacional (que contava com mais de 30 000 empregados diretos e indiretos na própria empresa e em outras coligadas, somente em Volta Redonda) agitaram o meio político e social do município, culminando, durante a Greve de 1988, com a morte de três operários no interior de sua usina por militares do Exército, o que foi acompanhado de grande mobilização popular.

Em 1993, com a privatização da siderúrgica, a cidade enfrentou redução no crescimento populacional e graves problemas econômicos, que só foram contornados com a intervenção do poder público e com a reorientação da economia municipal para o comércio e a prestação de serviços, sendo, atualmente, a mais forte nesses quesitos no sul fluminense.

A partir de meados da década de 1990, diversas obras de urbanização, remodelação do mobiliário urbano, bem como outras de engenharia de grande porte (viadutos, reforma do Estádio Municipal, praças, escolas, ginásios) deram nova feição à cidade, tida hoje como a de melhor qualidade de vida no interior do estado do Rio, segundo pequisa feita pela Universidade Federal Fluminense.